|uma|história|de|sucesso|

Terça-feira

Há um feiticeiro na trilogia “O Senhor Dos Anéis” e chama-se Peter Jackson. Este estranho neo-zelandês autor de filmes obscuros e sanguinolentos é hoje um dos mais respeitados cineastas do mundo e o motivador de um enorme orgulho nacional, que conduziu cem mil compatriotas seus a sair à rua, em romaria, no dia da antestreia mundial de “O Regresso Do Rei”. Mas não é dos filmes que vos quero falar. Quero contar-vos uma outra história de sucesso...
Em 1993, um grupo de jovens cineastas neo-zelandeses, nos quais se incluía Peter Jackson, formava uma pequena firma chamada Weta Digital. Inicialmente com apenas um único computador, localizado nas traseiras de uma velha casa de Wellington, pôs em marcha a tarefa de realizar os efeitos visuais para um filme que o próprio Jackson estava a realizar, com o título de “Heavenly Creatures”.
Desde este começo humilde há dez anos, a companhia aumentou rapidamente em tamanho e capacidade, e tornou-se a autora de alguns dos efeitos visuais mais conceituados e premiados da indústria cinematográfica. Hoje, a Weta é proprietária de um verdadeiro arsenal de hardware e software e emprega um exército de centenas de técnicos e artistas. Claramente implantada no mercado do cinema, tem vindo a desenvolver um trabalho de referência na área dos efeitos visuais e digitais, e é um exemplo de elevado profissionalismo, criatividade, capacidade artística e saber técnico.
O sucesso desta firma e a sua responsabilidade no sucesso da trilogia “O Senhor Dos Anéis” colocou a Nova Zelândia no mapa da indústria de cinema atraindo muitos profissionais de todo o mundo a fixar-se e desenvolver aí a sua actividade. O país é hoje o palco escolhido para a produção de muitos filmes de grande orçamento, nomeadamente de produção americana, e como consequência um fantástico ponto de atracção turística.
O mais interessante nesta história de sucesso reside no enquadramento que rodeia o nascimento da Weta. E apesar do fabuloso potencial natural da Nova Zelândia, não se pode sequer dizer que tenha beneficiado de uma vantajosa localização geográfica. Porque o êxito desta empresa reside exactamente na sua matéria prima, que são as pessoas e o seu elevado “know-how” técnico e profissional. Para um país de pequena dimensão como o nosso, tão acostumado a suspirar pelas desvantagens sociais e económicas, a conjuntura, o governo e todas as fatalidades que nos rodeiam, um país em que as pessoas são vistas como um custo e não um investimento, o exemplo desta firma neo-zelandesa pode servir-nos como prova de que a aposta em formação e elevado profissionalismo individual pode ser um fantástico motor de progresso, produtividade e desenvolvimento.

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