Carrilho da Graça vence Prémio Pessoa

Talvez o maior elogio que se possa fazer a João Luís Carrilho da Graça seja reconhecer nos seus mais recentes projectos uma recusa em se sujeitar a um espartilho de estilo ou linguagem. No novo edifício da Escola Superior de Música de Lisboa encontramos um extraordinário entusiasmo pela arquitectura, uma expressividade coerente de raiz mais programática que formal, um carisma mediterrânico traduzido na ascensão hierárquica do espaço comunitário, no sentido de convergência do lugar, dos pátios, da luz, da privacidade. Se Carrilho da Graça mantém a firmeza elegante do traço, a doutrina que a motiva é agora muito mais implícita do que explícita e as formas que dela nascem tornaram-se mais livres e exploratórias. Também no recente Théâtre & Auditorium de Poitiers Carrilho da Graça assume a clareza da textura dos materiais e a presença saturada da cor para desenvolver uma obra coesa - da dimensão urbana à escala arquitectónica, para se prolongar no detalhado design do interior, na plasticidade expressiva da sinalética e na exposição sem pudor da infra-estrutura.

Não será a investigação conceptual do grande palco de Poitiers a razão para a presente atribuição do Prémio Pessoa. Estará certamente na base dessa distinção um sentido mais magnânime de encanto pela solenidade da obra de Carrilho, cujo exemplo maior será o Pavilhão do Conhecimento dos Mares e que hoje se apura no seu regresso ao Alentejo, materializado na nova Igreja de Portalegre. Mas um mestre não é apenas um autor com longa prática e estilo coerente. Um mestre é alguém que se desafia a cada obra e nos ensina a descobrir a dimensão transcendente da arquitectura que transforma o inerte em forma de arte. A obra recente de Carrilho da Graça revela isso mesmo, resistindo ao fluxo transitório da imagem para construir lugares com memória e sentido humano. Eis, por tudo isso, um justo reconhecimento.

Prémio Pessoa is one of the most prestigious awards delivered in Portugal, being attributed yearly to a “Portuguese personality that has distinguished him or herself in the artistic, literary or scientific fields”. This year, the jury has honored the architect João Luís Carrilho da Graça for his work of great clarity and coherence and his contributions to the formation of young architects. This prize is named after the famous Portuguese poet Fernando Pessoa.





João Luís Carrilho da Graça: Théâtre & Auditorium de Poitiers. Image credits: Fernando Guerra.



João Luís Carrilho da Graça: Museu do Oriente. Image credits: Fernando Guerra.



João Luís Carrilho da Graça: Igreja de Portalegre. Image credits: Fernando Guerra.





João Luís Carrilho da Graça: Escola Superior de Música de Lisboa. Image credits: Fernando Guerra.

Here’s looking @you kid



Então parece que está toda a gente no Twitter por estes dias, e quero mesmo dizer toda a gente. Do Darth Vader ao Frank Lloyd Wright, o Twitter é “a cena”. Entendamo-nos, o Sr. Lloyd até está a usar o Tweetie, o que quer dizer que o tipo anda a usar iPhone. Isto já vai para lá de pós-moderno…

Assim sendo tenho andado a experimentar o Twitter com sentimentos altamente contraditórios. Esta coisa do micro-blogging andava a confundir-me mas ao que parece pode ser uma bela ideia. O Twitter tem um limite máximo de 140 caracteres por “post”, o que quer dizer que é tudo um exercício de pontaria. Não há elaborações, só célebres tiradas finais. Parece muito simples mas a coisa complica-se quando se começa a pensar no que fazer com aquilo [10 Twitter Agendas – What’s yours?]. Ora há pessoas [Twitter is going to die] que recomendam ficar por perto dos amigos, outras [Using Twitter… ‘The Smart Way’] dizem que o melhor é ter uma estratégia para a dominação mundial. Tenho algumas dúvidas quanto a isto. Acho que vou tentar começar uma Festa do Tupperware enquanto me oriento por aquelas bandas…

So everybody’s on Twitter these days, and I do mean everybody! From Darth Vader to Frank Lloyd Wright, that’s where the action’s happening. Let’s face it, Mr. Lloyd is even using Tweetie, meaning he’s carrying an iPhone. That’s just beyond postmodern…

Well, I’ve been experimenting Twitter these days with seriously mixed feelings. This micro-blogging stuff had me puzzled for a while, but as it turns out it seems pretty clever. Twitter has a 140 character limit for every post, meaning it’s all about sharp shooting. No elaborations, just punch lines. Seems pretty straightforward but it gets a bit tricky when you start wondering what you plan to do with it [10 Twitter Agendas – What’s yours?]. Now some people [Twitter is going to die] say it’s best if you stick with your friends, others [Using Twitter… ‘The Smart Way’] say you should strategize for world domination. Don’t know about that. I’ll think I’ll try getting a Tupperware Party started while I get my bearings…

Van Gogh on steroids



Vincent Van Gogh à solta no Counter-Strike. Quer-me só parecer que ele não aprovaria a metralhadora… Via Capítulo 0.

Vincent Van Gogh meets Counter-Strike. I don’t think he would approve the machine gun though… Via Capítulo 0.

Building upon the ruins of the future


Image credits: David Hobcote, via IconEye. Scroll down to read this text in English.

The Ruins Of The Future é um artigo de Sam Jacob, autor do blog StrangeHarvest. A incerteza global gerada pela actual crise económica deixou exposto o esvaziamento ideológico da grandiosa arquitectura praticada em algumas economias emergentes.
Ainda que possamos apenas especular quanto ao modo como estes ambientes urbanos vão sobreviver ao declínio da economia do petróleo, parece acertado supor que estas manifestações arquitectónicas mantenham a sua intemporalidade pelo exotismo fluído e carácter monumental. No entanto, existe em si algo de perturbador e distópico, como se esta intemporalidade fosse não uma medida de perenidade mas de desagregação. Uma arquitectura desconectada, atemporal, cuja verdadeira natureza reside na ausência em pertencer a um tempo e um lugar particular. É a derradeira arquitectura representativa, tributo a um poder económico abstracto, sem precedentes na história conhecida. Estas podem muito bem vir a tornar-se as mais notáveis ruínas da globalização.

The Ruins Of The Future is an interesting article by Sam Jacob on StrangeHarvest. The global uncertainty generated by the current economic crisis has exposed the ideological placelessness of the grand architecture being practiced in certain emerging economies.
As much as we may only speculate about how these urban settings will survive the aftermath of the post-oil economy, it seems reasonable to believe that these architectural manifestations will retain their timelessness through monumentality and fluid exoticism. And still, there’s something disquieting and dystopic about it, as this timeless quality appears not as a measure of perennity but of detachment. An architecture disconnected, whose true distinction lies in its absence to belong to a particular time and place. It’s the ultimate representational architecture, a tribute to abstract economic power without precedent in history. These may well be the long-lasting ruins of globalization.

Aniversário da Livraria A+A



Livraria A+A, 12 de Dezembro, Sexta-feira, das 10h00 às 24h00.

This Is Where We Live



This Is Where We Live. Os livros ganham vida neste belíssimo filme de animação criado pela Apt Studio, celebrando o vigésimo quinto aniversário da editora Fourth Estate, uma extensão independente da Harper Collins. Via Coudal.

This Is Where We Live. Books come to life in this wonderful stop-motion video created by Apt Studio, celebrating the 25th anniversary of Fourth Estate, a branch of Harper Collins book publishers. Via Coudal.

ArteCapital entrevista Pedro Gadanho

Há cerca de um ano Pedro Gadanho motivou alguma turbulência, também entre os blogues, ao questionar Onde páram os arquitectos portugueses? Agora, em entrevista à ArteCapital, este arquitecto volta a lançar para o espaço público um conjunto de questões que merecem reflexão atenta por parte dos diversos intervenientes da área da arquitectura.
Ás naturais dificuldades que se apresentam aos novos profissionais num mercado constrito, em resultado de uma economia fragilizada, somam-se outros factores próprios de um contexto cultural pouco aberto à inovação e ao exercício de práticas experimentais. De certo modo, a produção de “arquitectura contemporânea” em Portugal parece afunilar-se na padronização de um certo conservadorismo minimalista, cuja afirmação de qualidade se parece rever mais segundo lógicas de promoção imobiliária do que de um verdadeiro reconhecimento de qualidades arquitectónicas.
Gadanho questiona também as estruturas académicas enquanto plataformas de resistência e estabilização de certas correntes formativas, não se assumindo como veículos para a experimentação programática. Trata-se de um repto lançado às escolas e demais instituições sobre a necessidade de romper com actuações estanques, de consumo interno, para promover outras formas de fazer chegar o seu contributo ao espaço de debate colectivo. Provocador e polémico, a merecer uma leitura assertiva e crítica.

«Gente da Casa» - Qual o Lugar do Arquitecto na Arquitectura?

A última sessão do ciclo de debates do projecto Gente da Casa tem lugar na Fábrica do Braço de Prata (Sala Visconti), na próxima quarta-feira, 10 de Dezembro, às 18h30. Com o tema «Qual o Lugar do Arquitecto na Arquitectura», esta conversa conta com participações dos arquitectos Jorge Spencer, Ricardo Carvalho e Manuel Mateus. A sessão terá apresentação e moderação do arquitecto Carlos Gomes.



A exposição Gente da Casa – Monitorização de Uma Obra de Arquitectura chega também à sua última semana de exibição, podendo ser visitada na LX Factory até ao próximo dia 14 de Dezembro. Fica a chamada de atenção, deixando-vos com algumas imagens.




Helvetireader, an architect-friendly interface for Google Reader



ACTUALIZAÇÃO: Isto é que é ter mau timing. Os senhores simpáticos do Google decidiram renovar radicalmente o interface do Reader, por isso o Helvetireader já não está a funcionar conforme esperado. A recomendação oficial é desactivar o estilo até que o Hr seja actualizado para o novo Google Reader. Acho que a vida na internet se está a tornar demasiado rápida…

UPDATE: Talk about bad timing. Those nice folks at Google have just decided to update the Reader interface quite radically, so Helvetireader is no longer working as it should. The official recommendation is to disable the style until Hr is updated for the new Google Reader. Life’s too fast on the web I guess…

Já não conseguem viver sem o Google Reader mas estão cansados do estilo de página habitual? Nesse caso, se forem utilizadores do Firefox, podem passar a acompanhar os vossos “feeds” em grande estilo com o Helvetireader. É o interface ideal para satisfazer o arquitecto minimalista que há em cada um de nós. A instalação é simples mas leiam atentamente as instruções, uma vez que precisam de activar previamente o plug-in Greasemonkey para o Firefox. Via Swissmiss.

Can’t live without Google Reader but you’re getting tired of that old-fashioned default theme? Well, if you’re a Firefox user you can bling it up with Helvetireader. Installation is pretty straightforward but please read the instructions as you’ll need to have the Firefox plug-in Greasemonkey activated. Via Swissmiss.

«Gente da Casa» - Coreografias da Obra

É já amanhã a segunda sessão do ciclo de debates sobre arquitectura, integrada no âmbito da exposição do projecto Gente da Casa. Com o tema “Coreografias da Obra” esta conversa conta com as seguintes participações: Rui Horta (coreógrafo), Ruy Otero (realizador), João Mendes Ribeiro (arquitecto/cenógrafo), Gil Mendo (programador de dança da Culturgest), Manuel Graça Dias (arquitecto), Luís Francisco (pedreiro), e os moderadores Carlos Gomes (arquitecto) e Nuno Nabais (professor do departamento de filosofia da Faculdade de Letras de Lisboa).
Esta segunda conversa, partindo da expressão própria de uma obra de construção, em função dos seus intervenientes, das preocupações, movimentos, tensões e tipo de ligações próprios desta actividade económica, abre-se ao conceito de obra mais vasto; como processo evolutivo resultante de um conjunto de ideias, decisões e acções que produz um resultado que tanto pode ser um edifício, um cenário, uma coreografia ou uma peça de teatro, só para referir aquelas em que o paralelo é mais óbvio.
Da mesma forma que os performers de um espectáculo, ao ensaiarem repetidamente movimentos e expressões, pausas e mudanças de velocidade, intensidades e intenções, geram uma determinada atmosfera capaz de revelar ao espectador o significado e o sentido das acções a que assiste, também numa obra de edificação, e em cada obra em particular, os seus diversos intervenientes, de acordo com a experiência própria de cada um, posição na hierarquia da obra e contexto em que esta se desenvolve, geram uma coreografia de comportamentos plena de significado e distintos planos de leitura – cultural, social, político e económico.
Pode o movimento gerado pelo trabalho numa obra ser visto como uma coreografia e uma coreografia ser vista como uma arquitectura do movimento?

Quarta-feira, 3 de Novembro, pelas 18h30 no auditório da Ordem dos Arquitectos (Banhos de São Paulo), em Lisboa.

I’m not a pink cow


Look! It's a pink cow! Scroll down to read this text in English.

A exposição de Seth Godin no TED (via Staffan Estberg) é um excelente ponto de partida para reflexão acerca do que capta a atenção do público. Seth é hilariante e apresenta algumas ideias provocadoras sobre o que torna algo “notável”. A metáfora da vaca cor-de-rosa, no entanto, levanta algumas questões sérias quando se começa a falar de arquitectura – como ele faz – e de blogging. Aqui ficam as minhas opiniões.



Seth afirma que quase sempre os “marketers” tentaram captar a atenção da grande maioria, aquele grupo no centro do gráfico. Explica ainda que isso é um erro porque estes são os indivíduos que são bons a ignorar coisas. E tem razão. Assim a coisa certa a fazer é captar a atenção dos “inovadores” e dos “early adopters”, os tipos que são obcecados com qualquer coisa, os que se entusiasmam o suficiente para fazer passar a mensagem.
Fico assim a pensar se não existe aqui uma contradição. Porque estes tipos no princípio do gráfico não são necessariamente aqueles que se interessam por vacas cor-de-rosa. Claro que todos paramos para olhar para uma vaca cor-de-rosa de vez em quando. Mas ao fim de algum tempo isso torna-se um velho truque. O mecanismo da novidade torna-se tão entediante como tudo o resto na corrente das coisas. Ainda nos importamos com “o edifício mais alto do mundo”? Temos devaneios por uma “torre que roda”? A coisa ainda não está construída e eu já estou a bocejar.

Assim, para chamar a atenção destes tipos talvez seja preciso algo mais que uma vaca cor-de-rosa. De facto, não precisamos de nenhuma. O que é importante é explicar a vaca, contextualizá-la, e fazê-los pensar “ei, eu não sabia que as vacas faziam isto”. É aí que entram os blogs. Porque um blogger interessante é alguém que oferece perspectiva e contexto. O caminho para o sucesso está na singularidade e espessura, que é afinal o que este grupo de gente obcecada anda à procura. Pode levar algum tempo, mas se forem bons a fazer isso, eles acabarão por vir ver o que vocês andam a fazer.

Já escrevo um blog há alguns anos e tenho aprendido alguns truques pelo caminho. Digamos que publico um conjunto de novas imagens de um edifício recente de um arquitecto famoso. É uma aposta segura e posso nomear uns quantos blogs que certamente me vão “linkar”. E assim ganharei umas centenas de visitas. Mas digamos que publico um trabalho completamente surpreendente e inovador de um arquitecto que vocês praticamente nunca ouviram falar. Estou certo que os bloggers do costume não me dedicarão um “link”. Mas os tipos que andam a pensar fora da caixa podem ficar entusiasmados, comentar, “linkar”, partilhar. No processo, vão descobrir-se a ficar mais ligados à rede.

De certa forma, a visibilidade na rede é como um mercado de valores e a moeda é credibilidade. Não é algo que se construa num só dia, mas pode ser feito e está aberto a qualquer um que esteja ligado a um cérebro. É por isso que não compreendo certos bloggers que dizem em voz alta que não se importam com o número de visitantes que recebem. É uma atitude respeitável quando se está focado em manter uma qualidade e estilo específico de blogging, independentemente da sua popularidade. Mas quando não se tem qualidade nem visibilidade, claro que não se podem gabar de visitantes que não existem.

Manter a qualidade e ser específico é exactamente o que torna um blog bem sucedido. Um olhar rápido por alguns dos mais populares blogs de arquitectura demonstra isso mesmo. E ser popular, ou como diz Seth Godin, notável, é importante porque é a medida da nossa capacidade de expandir para dentro da rede, através dos visitantes individuais, dos blogs que nos “linkam” e dos leitores de “feeds”.
Aquilo que de melhor têm os blogs é a sua capacidade de atrair um tipo de leitor específico. Podem descobrir que é impossível falar para a grande maioria, mas vão ver que é possível criar o vosso nicho de interesse, atraindo pessoas que se interessam pelas coisas que tanto vos apaixonam.

Por isso, vamos lá olhar bem para a vaca, não acham?

Seth Godin's presentation on TED (via Staffan Estberg) is a great starting point for reflection on what grasps people’s attention. The guy is hilarious and presents some startling ideas on what makes things “remarkable”. The pink cow metaphor, however, raises some serious thoughts when you address the issue of architecture – which he does – and even blogging. Here’s my two cents about it.

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Seth explains that for a long time marketers have been targeting the “early and late majority”, that’s the big group in the center of the graphic. He says that’s a big mistake because those are the guys that are good at ignoring stuff. He’s right. So the right thing to do is to seize the attention of the “innovators” and “early adopters”, those are the guys that are obsessed with something, the ones that get engaged enough to spread the word around.
So I’m wondering if this isn’t a bit of a contradiction. Because these folks at the beginning of the graphic aren’t necessarily the ones that care about pink cows. Now everyone stops to stare at a pink cow now and then. But after a while it becomes just a gimmick. The novelty device becomes as boring as everything else in the stream of things. Do you still care about “the tallest building in the world”? Fancy for a “rotating tower”? The thing isn’t built yet and I’m already yawning.

So if you want to target these guys maybe you have to show them more than a pink cow. In fact, you don’t need a pink cow. You need to explain the cow, contextualize it, and make them think “hey, I didn’t now cows did that”. That’s were blogs come in. Because an interesting blogger is someone who provides perspective and context. The path to success is specificity and depth, and that’s what this specific group of obsessed people is looking for. It may take some time, but if you’re good at it, they will come to see what you’re up to.

Now I’ve been blogging for a few years and I’ve learned some tricks in the process. Let’s say I publish a brand new set of images of the latest building by a famous architect. It’s a safe bet and I could name a few blogs that I’m sure are going to link to it. And I’ll get a few extra hundred readers from it.
But say I publish a completely unusual outstanding piece of work by an architect that you’ve probably never heard of. I’m sure I won’t get one link from the guys that play it safe. But the guys that are thinking outside the box will become engaged, comment, link and share. In the process, you’ll find yourself becoming more established on the web.

In a way, visibility on the web is a bit like a stock market and the currency is credibility. It’s not something you build in a day, but it can be done and it’s open to everybody with a brain attached.
That’s where I don’t get some bloggers who say out loud they don’t care about how many visitors they get. It’s a respectable attitude when you’re focused on maintaining a specific style and quality of blogging independently of its popularity. But when you have no quality and no visibility, of course you don’t brag about visitors.
Maintaining quality while being specific is exactly what makes blogs successful. One fast look at some of the most popular architecture blogs around shows just that. And being popular, or as Seth Goodin says, remarkable, is important because it will measure your ability to expand into the web, through individual visitors, linking blogs and feed readers.
The greatest thing about blogs is that they attract a specific kind of reader. You may find yourself unable to reach out to the big majority, but you’ll see that it’s possible to create your niche of interest, attracting people that care about the things you’re passionate about just as much as you.

So let’s take a good look at that cow, shall we?

The Animals Save The Planet



Isto já tem alguns meses mas é demasiado divertido para não publicar. Ao que parece o canal Animal Planet, da rede Discovery, reuniu-se com os autores do Wallace & Gromit para produzir uma série de filmes de animação dedicados a promover um modo de vida mais ecológico. A sustentabilidade, simples e divertida, para miúdos e graúdos em The Animals Save The Planet.

This is a few months old but it’s still too fun not to post. Apparently the Animal Planet got together with the makers of Wallace & Gromit to produce a series of short clay animation films dedicated to promote a greener lifestyle. Sustainability fun and simple, for kids and grown-ups alike: The Animals Save The Planet.

MY PLAYGROUND at the Mountain



Fenomenal “trailer” de apresentação de um documentário intitulado MY PLAYGROUND, com realização de Kaspar Astrup Schröder e prestação do grupo de performance dinamarquês Team JiYo. A estreia está agendada para o Verão de 2009. «É um filme sobre movimento, corrida livre e parkour, com o recente projecto do estúdio BIG, Mountain Dwellings, como pano de fundo. O edifício Mountain Dwellings foi recentemente premiado com o título Best Housing Project in the World no World Architecture Festival em Barcelona.»
Aqui está o video.

Simply awesome trailer for an upcoming documentary, MY PLAYGROUND by Kaspar Astrup Schröder, featuring the Danish performance freeruners Team JiYo. «It is a film about movement, tricking, freerunning and parkour engaging fully BIG’s recent project the Mountain Dwellings as backdrop. The Mountain Dwellings were recently awarded the Best Housing Project in the World at the World Architecture Festival in Barcelona.»
Here is the video.


Frederico Valsassina



A página web do arquitecto Frederico Valsassina foi remodelada e merece visita obrigatória. Nela se podem percorrer mais de vinte anos de actividade profissional e dezenas de projectos detalhados com muitas imagens e textos de apresentação.

The website of Frederico Valsassina has just been updated, portraying more than twenty years of professional activity in the field of architecture.

FuelMyBlog of the day


Ui, tu queres é aparecer!

Uma breve nota para anunciar que fui premiado como blog do dia no site FuelMyBlog.com. Muito impressionante considerando que só são atribuídos 365 em cada ano. :)
O meu grande agradecimento ao pessoal maravilhoso do FuelMyBlog e do FMB blog por esta honra. Fizeram o meu dia.

A short note to announce that I’ve just made it as blog of the day on FuelMyBlog.com. Pretty impressive, considering there are only 365 of those each year. :)
Seriously now, my big thanks to all the beautiful folks at FuelMyBlog and on the FMB blog for this wonderful honour. You’ve made my day!

O déspota iluminado

Tenho aprendido a evitar essa tentação da escrita blog que resulta na ruminação sobre o “tema do momento”. Como abordar questões polémicas da actualidade sem cair no comentarismo mais simplista? Como introduzir uma perspectiva mais vasta para buscar o esclarecimento profundo das coisas, para lá da mera aparência. É uma arte que reconheço a poucos, como na lucidez crítica de João Lopes no excelente Sound+Vision. Um blog que questiona a cultura da imagem, desconstruindo sentidos e simulacros da sua própria representação mediática.
Aproveitando o recente episódio da gaffe de Manuela Ferreira Leite, João Lopes desmonta o sentido perverso da linguagem política, hoje codificada segundo critérios altamente profissionalizados. O discurso político vive hoje refém das lógicas da comunicação, sobrepondo-se à sua substância o efeito de percepção sobre o público-alvo, a que se pretende agradar e, ultimamente, conquistar.
A cadeia de reacções previsíveis à declaração de Manuela Ferreira Leite oferece-nos um conjunto de sintomas bem entranhados na nossa vida democrática. Que muita da discussão política assenta hoje na anulação do outro, no jogo voluntário da presunção de nulidade daquilo que se nos opõe. À inépcia retórica de Ferreira Leite soma-se um efeito de interpretação assassina, opaca sobre os seus eventuais sentidos.
É uma patologia cultural que tomou conta do debate em política – em jornalismo, em blogs, etc. – e da qual resulta a anulação de toda a possibilidade de diálogo. Ferreira Leite é vítima do mesmo veneno que tem corroído dirigentes partidários atrás de si e ao qual ela não será igualmente alheia, na sua actuação enquanto interveniente na imprensa escrita.
Este jogo de simplificação, de redução da realidade à expressão mais unidimensional dos factos, parece transformar aquilo que é complexo numa equação de uma única variável: veja-se, a título de exemplo, a recente abordagem ao problema da longevidade do desemprego centrada no argumento único da “generosidade” do actual regime do subsídio de desemprego. O problema é, como qualquer um compreenderá, certamente mais complexo, mas discute-se assim em praça pública como se da manipulação de um único factor pudesse advir a sua resolução. E no entanto, apesar do absurdo dos termos do debate, a opinião pública continua afável ao discurso político assente na solução que dá para tudo – subir impostos, baixar impostos, fazer obra, avaliar – em vez de investir numa consciência crítica mais exigente e lúcida quanto à complexidade dos problemas e, necessariamente, das suas soluções.
Da exposição atabalhoada de Manuela Ferreira Leite fica uma interrogação que, lamentavelmente, não chegará a ser discutida. Se sabemos nós, portugueses, viver em Democracia? Se depois de trinta anos de vida democrática nos encontraremos dependentes de um qualquer déspota iluminado, para viabilizar à força a introdução de reformas urgentes e necessárias? É um cenário evidentemente retórico, indesejável e, felizmente, inviável, mas sobre o qual devíamos reflectir. Porque se o despotismo é inaceitável em democracia, é igualmente inaceitável o vigor corporativista que assume o atrito institucional como a sua missão principal, e que tanto nos aproxima de regimes passados - que todos afirmam censurar, mas parecem empenhados em praticar.

Fotografias da LIFE


Image credits: LIFE.

Para os mais distraídos aqui fica a ligação para o LIFE Photo Archive. Muitas coisas para ver incluindo uma quantidade gigantesca de fotografias nunca antes publicadas, agora disponíveis graças ao Google. É material suficiente para ocupar uma vida inteira. Acima está uma imagem de um grupo de jovens da Mocidade Portuguesa datada de 1940, uma das muitas fotografias que podem encontrar com a referência Portugal.

Pictures of LIFE
In case you’ve missed it, here’s the link to Google’s database of the LIFE Photo Archive. There are plenty of things to see including a huge amount of previously unpublished material, being presented to the public for the very first time. Above is a striking image of a group of young boys being trained during the Youth Movement, in the 1940’s, one of many photographs that you’ll find tagged under Portugal.

Olga Sanina + Marcelo Dantas: Pavilhão da Feira do Livro de Madrid


Image credits: Miguel de Guzman, courtesy of the architects. Scroll down to read this text in English.

Com o projecto intitulado La Casa de Librio os jovens arquitectos portugueses Olga Sanina e Marcelo Dantas venceram o concurso internacional para a concepção do Pavilhão do Ayuntamento de Madrid, presente na Feira do Livro de Madrid entre os meses de Maio e Junho deste ano.
Caminhando entre páginas - assim se referiu a blogger Judit Bellostes ao descrever este objecto como um livro construído com páginas, secções verticais e transversais de tela recortadas para formar uma cavidade interior de topografia orgânica.


Image credits: Noriko Ambe.



Conceptual design.

Neste projecto o próprio livro se torna em tema de uma instalação efémera. O livro enquanto volume e matéria, de cuja manipulação se criam e modelam espaços.

Esta intenção levou-nos ao encontro do trabalho da artista plástica Noriko Ambe, que nas suas criações desenvolveu extensivamente este tema, manipulando o suporte livro na procura de novas relações de espaço, escala, ritmos e texturas. Reveste-se de especial interesse esta ligação pelo carácter extremamente arquitectónico da sua obra, e pelo modo como esse carácter “regressa” à sua origem e é agora influência sobre o raciocínio arquitectónico que desenvolvemos.
Do seu trabalho fica-nos acima de tudo o confronto de duas regras e sistemas opostos que se cruzam no mesmo objecto formando um todo de leitura unitária. É este todo que procuramos na nossa intervenção. Um todo volumétrico e também espacial, de luz e de sombra, de planos lisos e de texturas ritmadas.






Agora, fazemos outras experiências…o sistema construtivo quase artesanal, a materialidade e a escala próximas do etéreo, a luz interior intensa, filtrada pelas mesmas telas que no exterior convidam ao toque e balançam ao sabor do vento e das sombras que sobre elas se projectam.

Uma sequência de telas origina um volume de leitura dinâmica, entre a opacidade e a transparência, filtrando o olhar para criar um lugar de acolhimento, como um pequeno esconderijo. A regularidade ortogonal do exterior contrasta com o pequeno espaço-auditório interior, onde a vivência é fluida e contínua. Simples como o livro, surpreendente e belo, como os mistérios que neles se encerram.




Olga Sanina + Marcelo Dantas: Ayuntamento de Madrid Book Fair Pavilion
Architects Olga Sanina and Marcelo Dantas won the international competition for the design of the Pavilion of the Ayuntamento de Madrid with a proposal titled «La Casa de Librio» (The Book House), built for this year’s edition of the Madrid Book Fair.
«Walking through pages» - such were the words used by blogger Judit Bellostes to describe this object, like a «book built with pages, vertical sections used to generate an internal cavity of organic topography».


¶ Read the rest of this entry
In this project, the book became the design motif of an ephemeral installation.

This intention lead us to the work of Noriko Ambe, whose creations extensively developed this theme, manipulating the book as an object in search of new relations of space, scale, rhythm and texture. The architectural quality of her work was of special interest and influence over our design process.
Of her work we retain above all the confrontation of two rules and opposite systems, intertwined in the same object to create a whole of cohesive expression. It’s that unity that we seek in our intervention. A volumetric and spatial whole built of light and shadow, with flattened surfaces and rhythmic textures.
And so we start making other experiments… the constructive system brought to pure simplicity, the materiality and scale close to the ethereal, the bright internal light, filtered by the same surfaces that appeal to touch on the outside and balance with the wind, and the shadows they project.

The sequence of planes originates a volume of dynamic expression, between opacity and transparency, filtering the light to create a sheltered space, like a small hideout. The external regularity contrasts with the nature of the small auditorium within, where life appears fluid and continuous. Simple as a book, surprising and beautiful like the mysteries they enfold.


Architecture: Olga Sanina, Marcelo Dantas.
Photography: Miguel de Guzman.

«Gente da Casa» - ciclo de conversas sobre arquitectura

ACTUALIZADO

No âmbito da exposição «Gente da Casa – Monitorização de Uma Obra de Arquitectura», a decorrer na LX Factory de 14 de Novembro e 14 de Dezembro e integrada no Festival Temps d’Images 2008, irá ter lugar um ciclo de conversas sobre arquitectura, arquitectos e obras. Eis o programa:

26 de Novembro – 18h30, Fórum da FNAC Chiado
Meios de Divulgação e Formas de Consumo da Arquitectura

3 de Dezembro – 18.30h, Auditório da Ordem dos Arquitectos SRS
Coreografias da Obra

10 de Dezembro - 18h30, Fábrica do Braço de Prata / Sala Visconti
Qual o Lugar do Arquitecto na Arquitectura?

A sessão de dia 26, a realizar-se no espaço de auditório da FNAC Chiado, será moderada pelo Arq. Carlos Gomes, director artístico do projecto Gente da Casa, e tem como participantes Michel Toussaint, Pedro Gadanho, a equipa do estúdio Moov, Luís Santiago Baptista e Daniel Carrapa (eu mesmo).

Para a sessão do dia 3 de Dezembro está igualmente confirmada a presença do coreógrafo Rui Horta, coordenador do conceituado projecto O Espaço do Tempo.

Muito em breve divulgarei todos os detalhes sobre as restantes participações. Fiquem atentos!

Sampsonia Way


Image credits: Google Inc. Street View. Scroll down to read this text in English.

Street With a View é um projecto de performance urbana que faz uso da tecnologia Google Maps para encenar uma representação criativa e surpreendente da vida na rua de uma cidade.

Street With A View introduz a ficção, de uma forma subtil e espectacular, no mundo virtual do Google Street View.
No dia 3 de Maio de 2008, os artistas Robin Hewlett e Ben Kinsley convidaram a equipa do Google Inc. Street View e os residentes da zona norte de Pittsburgh para colaborar numa série de “quadros” ao longo de Sampsonia Way. Os vizinhos e outros participantes da cidade encenaram situações diversas, de uma parada musical a uma corrida de maratona, uma banda de garagem, uma luta de espadas do século XVII, um salvamento heróico e muito mais…

Visitem o sítio web Street With a View para todos os detalhes sobre este divertido projecto, com passagem obrigatória pela secção de sequências detalhadas para conhecer todas as cenas escondidas. Também podem ver o resultado final directamente no Google Maps.

Via Swissmiss.

Street With a View is an urban performance project, quite definitely the most surprising and creative appropriation of Google Maps technology I’ve ever seen.

¶ Read the rest of this entry
Street With A View introduces fiction, both subtle and spectacular, into the doppelganger world of Google Street View.
On May 3rd 2008, artists Robin Hewlett and Ben Kinsley invited the Google Inc. Street View team and residents of Pittsburgh’s Northside to collaborate on a series of tableaux along Sampsonia Way. Neighbors, and other participants from around the city, staged scenes ranging from a parade and a marathon, to a garage band practice, a seventeenth century sword fight, a heroic rescue and much more...

Check out Street With a View for all the details on this entertaining project and don’t forget to visit the scene breakdown section for a highlight on all the funny little features. You can also see the end result directly on Google Maps.

Via Swissmiss.

Exposição «Gente da Casa»



A Exposição «Gente da Casa – Monitorização de Uma Obra de Arquitectura» tem inauguração marcada para a próxima quinta-feira 13 de Novembro, integrando o Festival Temps d’Images 2008. Esta exposição documenta o processo de execução de uma habitação unifamiliar na localidade de Areias Gordas, situada entre Pinhal Novo e o Poceirão, no concelho de Palmela, cruzando registos diversos como o vídeo, a fotografia e o design, podendo ser visitada na LX Factory entre 14 de Novembro e 14 de Dezembro.
Está ainda prevista a realização de uma série de conversas temáticas para os dias 20, 26 de Novembro e 3 de Dezembro, no auditório da FNAC Chiado. Fiquem atentos para mais detalhes nos próximos dias.

O projecto Gente da Casa nasce da vontade de dar expressão e visibilidade a um conjunto de profissões e profissionais que, normalmente, só por acidente ou por ocorrências relacionadas com questões laborais e legais, são alvo de notícia e interesse por parte do resto da sociedade civil.
O projecto cruza diversas linguagens e sensibilidades artísticas – Arquitectura, Vídeo, Fotografia e Sonoplastia. Estas foram usadas para indagar e retratar, a uma escala local, uma actividade económica global e fundamental nas sociedades contemporâneas – a construção.
A monitorização da obra fez-se através de um conjunto de planos de trabalho complementares - retratos dos intervenientes, vídeo entrevistas, sequências de vídeo e sequências fotográficas das diversas frentes de trabalho e do todo da obra em evolução - e de temas que foram surgindo com o desenvolvimento do projecto - paisagem envolvente, pré-existências, as casas dos trabalhadores, as instalações dos fornecedores, etc.
Ao longo de 14 meses, entre Maio de 2007 e Julho de 2008, acompanhámos todos os trabalhos e os cerca de 100 trabalhadores dos vários ofícios e especialidades. No total foram registadas cerca de 7000 imagens fotográficas e 60 horas de vídeo e som.
Mostrar as diversas fases e as diversas frentes de trabalho que marcam a evolução de um edifício; identificar, relacionar e questionar todos os seus intervenientes, tendo em conta a profissão e enquadramento cultural de cada um, e captar a atmosfera deste mundo laboral específico, foram os objectivos que guiaram o trabalho de recolha de imagens e sons que agora se apresenta nesta exposição e em livro.
Plateau, o filme/documentário deste projecto, estreará em 2009.

Link bomb

Muitas coisas interessantes têm passado pelo meu leitor de feeds sem que eu as consiga processar com a devida atenção. Fica uma rápida selecção de links que não devem perder.


Image credits: Filip Dujardin. Scroll down to read this text in English.

As fotomontagens de Filip Dujardin têm recebido alguma atenção na blogosfera e são agora apresentadas por Geoff Manaugh no seu BLDGBLOG. Podem ver um conjunto completo destas imagens no seu último post: Resampled Space - que não estão disponíveis no sítio web do artista. Este fotógrafo belga transforma imagens de edifícios para “criar novas fotografias de estruturas improváveis, impossíveis e fantásticas”. O resultado é bastante intrigante e exprime uma certa qualidade abstracta, um sentido de opacidade evocativo de certas manifestações de urbanidade anónima.

Excelente fotografia profissional de Carlos Serrão. Retratos notáveis, incluindo uma galeria especial dedicada ao mais recente campeonato do mundo com imagens das super-estrelas portuguesas Luís Figo e Cristiano Ronaldo. Via Coudal Partners.

Uma entrevista recente a David Chipperfield, com um olhar sobre os efeitos da crise económica sobre o mercado da arquitectura icónica. Via Archinect.

Malucos de bicicletas. O Architechnophilia apresenta um video do Pavilhão Dinamarquês para a Expo 2010 na China, projecto do estúdio BIG.

Spaces and Storytelling in Kubrick’s The Shinning, uma interpretação extensa sobre os elementos espaciais na obra-prima de terror de Kubrick e as suas implicações psicológicas. Via Coudal Partners.

Homens de negro: o Mirage.Studio 7 apresenta o código de vestuário dos arquitectos.

Vote for Obama’s dog. Via Swissmiss.

Zeroes and Ones. Lebbeus Woods escreve sobre computação em arquitectura.

A bunch of stuff has been passing through my feed reader that I’ve been unable to process, so here’s a selection of links that you shouldn’t miss.

¶ Read the rest of this entry
The photocompositions of Filip Dujardin have been receiving attention on the blogosphere for some time and have now made it to Geoff Manaugh’s BLDGBLOG. You can see a full set of images on his latest post: Resampled Space - btw, you won’t find them on the artist’s personal website. This Belgian photographer transforms images of buildings to “create new photographs of improbable, impossible or fantastical buildings”. The result is quite intriguing and exposes a certain abstract quality, a sense of depthlessness that’s evocative of certain manifestations of urban anonymity.

Outstanding professional photography by Carlos Serrão. Some amazing portraits, including a special gallery dedicated to the latest world cup featuring Portuguese superstars Luís Figo and Cristiano Ronaldo. Via Coudal Partners.

A recent interview with David Chipperfield, with an outlook on the consequences of the economic crisis on the market of iconic architecture. Via Archinect.

Fierce bicycle craziness. Architechnophilia presents a video of the Danish Pavilion for the 2010 Expo in China, project by BIG.

Spaces and Storytelling in Kubrick’s The Shinning, an in-depth interpretation of the spatial elements in Kubrick’s horror masterpiece and its psychological implications. Via Coudal Partners.

Men in black: Mirage.Studio 7 presents the architects dress code.

Vote for Obama’s dog. Via Swissmiss.

Zeroes and Ones. Lebbeus Woods talks about computation in architecture.

The places we live



The Places We Live é um incrível documentário online da autoria de Jonas Bendiksen. Entre 2005 e 2007 este fotógrafo da agência Magnum documentou a vida nas favelas de quatro diferentes cidades: Nairobi (Quénia), Mumbai (Índia), Jacarta (Indonésia) e Caracas (Venezuela). As suas imagens registam não apenas as condições de vida nestes aglomerados urbanos massivos mas também as histórias pessoais dos seus habitantes, que lutam diariamente com desafios terríveis como a falta de apoios de saúde, higiene e electricidade.
Um link descoberto no blog My Photojournalism, mantido por Miguel Lopes, onde podem encontrar mais referências interessantes para trabalhos na área da fotografia e jornalismo.

The Places We Live is an incredible online photo-documentary authored by Jonas Bendiksen. From 2005 to 2007 this renowned Magnum photographer documented life in the slums of four different cities: Nairobi (Kenya), Mumbai (India), Jakarta (Indonesia) and Caracas (Venezuela). His images capture not only the dire reality of these massive urban settlements but also the personal histories of their inhabitants, as they cope with the difficult challenges that are presented to them on a daily basis regarding lack of health care, sanitation and electricity.
Link found on My Photojournalism, blog by Miguel Lopes.

Pritzker Architecture Prize website



O sítio web do Pritzker Architecture Prize acaba de ser completamente renovado. Melhor acessibilidade, mais conteúdos e um media-center que nunca mais acaba. Ide, ide…

¶ English
The Pritzker Architecture Prize website has just been renovated. Better design, more content and a media-center that never ends. Go now…

# / English Edition

Iconografia de um Presidente


Image credits: Callie Shell

O trabalho extraordinário de muitos fotojornalistas tem recebido grande divulgação entre os blogs, documentando um extenso registo visual do Presidente-eleito Barack Obama. Destaque para a selecção feita por Alan Taylor no blog da rede Boston.com, The Big Picture.
Também recomendo a galeria da repórter da Time Callie Shell (via O Elogio da Sombra) que acompanhou de perto a campanha de Obama, dando a conhecer belas imagens num registo invulgarmente pessoal. Adicionalmente podem visitar o sítio web de Brooks Kraft onde podem descobrir mais algumas fotografias.

¶ English
Iconography of a President

The extraordinary work of many photojournalists is receiving a lot of attention on the blogging arena these days. I believe many of you will like to see the outstanding gallery of photos of President-Elect Barack Obama presented by Alan Taylor on Boston.com’s blog The Big Picture.
I further recommend the set of photos by Time photographer Callie Shell (via O Elogio da Sombra) who followed the Obama campaign pretty closely and has some incredibly personal shots. You may also like to see the website of Brooks Kraft, for additional pictures.


# / English Edition

Fotos da exposição «Peter Zumthor» no {moshimoshiii}



A exposição «Peter Zumthor: Buildings and Projects 1986/2007» chegou ao fim mas podem descobrir muitas fotografias no blog da Sushi Lover, {moshimoshiii}.

¶ English
Lots of pictures from the exhibition «Peter Zumthor: Buildings and Projects 1986/2007» on Sushi Lover’s blog {moshimoshiii}.

# / English Edition

Exposição «Mundo Perfeito» em Lisboa



Chega a Lisboa a exposição «Mundo Perfeito» com fotografias de Fernando Guerra. Na sede da Ordem dos Arquitectos a partir de 13 de Novembro.

¶ English
«Perfect World» exhibition presents the architectural photography of Fernando Guerra. Portuguese Architect’s Guild, Lisbon, opening November 13th.

# / English Edition

a.s* - Atelier de Santos website



A firma de jovens arquitectos a.s* - atelier de santos anunciou recentemente o lançamento da sua renovada página web, disponível em www.projects.as. Notícias actualizadas sobre a sua actividade e muitos trabalhos para conhecer, com destaque para o projecto premiado das Residências Universitárias das Laranjeiras, em Ponta Delgada, Açores.

¶ English
Lisbon-based architectural studio a.s* - atelier de santos has recently announced the launch of a renovated website at www.projects.as, featuring news and information about the team and their projects.

# / English Edition

Estamos a roubar os nossos filhos



Acabadinho de escrever o post anterior descubro, via Core77, esta recentíssima apresentação de Juan Enriquez no Pop! Tech. É uma exposição impressionante sobre as circunstâncias que envolvem a crise actual, analisadas em grande detalhe. O vídeo é longo mas obrigatório, a justificar toda a divulgação possível.

¶ English
We’re stealing our kids
As I just finished the latest post I find out, via Core77, this recent presentation by Juan Enriquez on Pop! Tech. It is a mandatory analysis of the circumstances that surround the current economic crisis, viewed in enormous detail. The video is long but absolutely essential.


# / English Edition

A crise explicada às crianças (e não só)

How To Explain The 2008 US Financial Crisis To Your Kids (And Most Adults): um pequeno video animado produzido pela firma Say It Visually! dá a conhecer os motivos da actual crise financeira, apresentada graficamente e em termos muito simples. A animação é pouco elaborada mas vale pela eficácia da mensagem.

Um pouco mais a sério, recomendo a leitura do artigo What about austerity?, publicado no Boston.com. O texto tem co-autoria de Juan Enriquez, ensaísta reputado no campo da economia e da ciência, mais conhecido pelas suas apresentações regulares no TED.

O artigo levanta uma questão curiosa: que na torrente de opiniões em torno das medidas de resgate financeiro por parte dos Estados parece existir uma palavra que desapareceu – austeridade.
A tese dominante parece sustentar que só gastando mais dinheiro se poderá sanar a crise proveniente do sistema de crédito. Enriquez não afirma que tais medidas não sejam necessárias, mas ressalva que na falta de medidas de austeridade da parte de países deficitários – que gastam mais do que produzem – tais políticas podem não passar de um adiamento da crise.

Para terminar recomendo vivamente a visualização das duas apresentações de Juan Enriquez no TEDTalks. Apesar da especificidade dos temas, a sua habilidade para expor conceitos abrangentes é admirável. Na palestra Decoding the future with genomics refere um dado interessante. Numa civilização agrícola a diferença entre os mais ricos e os mais pobres era de 5 para 1. Ou seja, que a escala de variação de produtividade – em função da capacidade tecnológica, de maiores jornadas de trabalho ou maior sucesso nas colheitas – se repercutia num incremento máximo de 5 vezes. Hoje, a diferença relativa entre os países mais e menos produtivos do mundo é de 427 para 1. Ou seja, o enquadramento económico de hoje, baseado no conhecimento, alterou as regras do jogo da competitividade. A segunda apresentação, Why can't we grow new energy?, aprofunda ainda mais esta correlação entre desenvolvimento tecnológico e capacidade produtiva. Vale a pena reflectir sobre isto questionando alguns dos paradigmas com que por vezes se discute entre nós a questão da competitividade. Perante tão amplos diferenciais de produtividade o sucesso dificilmente estará à distância de pequenos artifícios de flexibilidade laboral; antes dependerá da nossa capacidade em revolucionar os padrões de conhecimento e inovação, e a consequência das instituições académicas sobre a actividade económica real.

¶ English
How to explain the financial crisis to your kids
How To Explain The 2008 US Financial Crisis To Your Kids (And Most Adults): a small animated video produced by Say It Visually! presents an explanation on the reasons behind the current financial crisis in very simple terms. The animation is not very elaborate but the message is surprisingly effective.
For something related, I recommend the article What about austerity? published on Boston.com, co-authored by Juan Enriquez, a distinguished thinker in the field of economics and science, also known for his presentations on TED.
His article raises a curious question: that in the stream of opinions regarding the current financial bailout there is one word notably missing: austerity. The dominant thesis seems to be that only spending more money can we prevent a full-blown crisis that, we should notice, was originated in the credit system. Enriquez isn’t saying that such measures aren’t necessary, but he points out that for deficitary nations, these policies may simply be a postponement of the real crisis.
I also recommend watching the two presentations delivered by Juan Enriquez on TEDTalks. Although the subjects are quite specific, his ability to expose universal concepts is truly admirable. In Decoding the future with genomics he presents an interesting fact. In an agricultural society, the difference between the richest and the poorest was 5 to 1. Which means that in such a productivity range - regarding technological capacity and more intensive labour – a successful production would amount to an increase up to 5 times. Today, the differential between more and less productive nations is of 427 to 1. Meaning that in our contemporary economic system, which is based on knowledge, the rules of competitiveness have radically changed.
His second presentation, Why can't we grow new energy?, deepens this relationship between technological development and productive capacity. So today, achieving competitiveness doesn’t rely only on labour flexibility, but depends on our capacity to revolutionize knowledge and innovation patterns. Meaning that a more consequent impact from academic institutions over the real economy is absolutely crucial.


# / English Edition

Plano B: Casa em Arruda dos Vinhos



Como transformar as contingências de um restritivo programa de projecto numa oportunidade para criar novas soluções de arquitectura? Foi esse o desafio que enfrentaram os arquitectos do atelier Plano B ao projectarem esta pequena casa na região de Arruda dos Vinhos. Situada em terrenos de reserva ecológica, esta habitação estava condicionada a observar uma área de implantação de 60m2 definidos pelo perímetro de uma antiga edificação em ruínas. A nova casa deveria respeitar os limites de ocupação, altura e número de pisos do anterior edifício.
Na sua abordagem, estes arquitectos resolveram subverter essas condicionantes e levar ainda mais longe o programa de intervenção fazendo uso dos mesmos materiais da velha estrutura naquela que agora se iria realizar – a pedra, a argamassa de terra, a madeira – agora reordenados para dar origem a um novo sistema construtivo. Tratou-se assim de transpor as restrições presentes, tornando-as no motor criativo de uma nova arquitectura.


Esquissos


Planimetria


Sistema construtivo

Esta casa começa assim por ser um ensaio de justaposição de materiais com vista a criar um novo corpo – com um sentido de investigação que poderíamos reportar a outras práticas contemporâneas, com destaque recente para a Wall House, por exemplo.
Também aqui se procurou construir uma nova pele composta aliando soluções tradicionais a materiais de produção contemporânea. O resultado é surpreendente, tanto mais que consegue reconciliar a eficácia das suas qualidades construtivas à dimensão estética da expressão material.






A madeira anteriormente utilizada na cobertura foi agora aplicada na nova estrutura de vigamento interno. A terra que argamassava a alvenaria de pedra foi aproveitada para o enchimento das paredes de tabique, e a própria pedra serviu para as fundações da casa e da plataforma exterior em que esta assenta.



Secção de parede e vista exterior

Para além destes materiais foram utilizadas placas de cortiça para o revestimento, rematadas por chapas de policarbonato alveolar, garantindo tanto um eficaz isolamento térmico como uma ventilação do plano de fachada.






Ao assumir o uso de materiais industriais – asfalto, betão, policarbonato – em associação com materiais naturais – a madeira, a terra e a pedra – a Casa de Arruda dos Vinhos é um exemplo de investigação que se confronta com a questão da sustentabilidade, indo além do mero formalismo de alguma arquitectura “verde” para assumir a dimensão crítica do projecto enquanto espaço de reflexão sobre as suas qualidades expressivas. Exemplo tão mais notável por se desenvolver num contexto envolto de contingências programáticas, a demonstrar que as maiores limitações podem encerrar o potencial para as soluções mais surpreendentes e inovadoras.

No blog Casa em Arruda dos Vinhos: Diário de Obra pode ser visto todo o processo de construção de forma mais detalhada, com muitas imagens das várias fases de trabalho.

¶ English
Plano B: House in Arruda dos Vinhos
Overcoming the contingencies of a restrictive architectural program to create innovative solutions – such was the challenge faced by Lisbon-based architects Plano B, as they set to design this small house in the region of Arruda dos Vinhos, in Portugal. Located in an area of ecological reserve, the new house would be defined by the perimeter of an ancient building in ruins – maintaining the limits of the previous occupation regarding height and area.
The programmatic approach determined the subversion of these limitations by taking them even further. The new project would use the pre-existing materials found in the ruined structure as the basic components of a new constructive system. The present restrictions would therefore become the creative engine for a new architecture.
The house began as an exercise on juxtaposed materials to originate a new body – an architectural investigation somewhat similar to other contemporary projects such as the Wall House. Here we find an analogous interest on the development of a complex building skin, integrating traditional construction methods with contemporary materials.
The wood found on the previous building was applied in the structural framing of the house. The stone of the ancient walls was also utilized on its new foundations. In addition to these materials, cork boards were applied to create an external skin, supported by polycarbonate plates to ensure an effective insulation and ventilation of the façade.
By assuming the use of industrial materials - asphalt, concrete, polycarbonate - in combination with natural materials - wood, earth and stone – this house is an interesting example of sustainable practice, maintaining a critical approach towards the project as an area for reflection on the expressive qualities of architecture.


Architecture: Plano B.
References: Judit Bellostes: de madera y adobe, house in Arruda dos Vinhos, Casa em Arruda dos Vinhos: Diário de Obra (blog).

# / English Edition