Uma casa cheia de livros


Image credits: José Campos / Arqf.

Uma casa antiga. Uma pilha de livros. Uma visão estranhamente familiar.
É uma casa portuguesa, para descobrir no ArchDaily. A arquitectura é de José Barbosa e Pedro Guimarães.

Malditos gatitos



Malditos Gatitos. Para aquela dose diária de cat porn.

Momento geek





The Art of Assassin’s Creed Brotherhood, a minha última entrada no Nowherescape. Um olhar sobre a arte conceptual que esteve na base do último jogo da série Assassin’s Creed e onde se pode descobrir uma recriação integral da cidade de Roma nos primeiros anos do Séc. XVI.
Talvez falte a Brotherhood o impacto emocional do seu fantástico predecessor – Assassin’s Creed II – o jogo que deu a conhecer a personagem de Ezio Auditore da Firenze e que apresentava o mundo belo e cativante de Itália nos últimos anos do Séc. XV, incluindo as metrópoles Renascentistas de Florença e Veneza, a cidade medieval de Forli e a vila murada de Monteriggioni. Mas a reconstrução digital da Roma no apogeu da Renascença é nada menos que espectacular, repleta de diversidade visual e detalhes requintados. Entre as principais referências de arquitectura podemos encontrar o Coliseu, a Basílica de São Pedro, o Castel Sant’Angelo, o Panteão e o Campidoglio, entre inúmeros monumentos notáveis como arcos, igrejas, aquedutos e pontes sobre o rio Tibre. Muitas vezes as construções que nos são dadas a ver são recriações de edifícios que já não existem; especulações reconstruídas a partir de registos históricos da época. É, por tudo isto, um jogo que se recomenda entusiasticamente. Por razões didácticas, claro.

Architecture 101


Image credits: Aled Lewis.

O passado, o presente e o futuro da arquitectura. Mais coisa menos coisa, é isto. Cartoon do designer Londrino Aled Lewis. Mais para ver no seu tumblelog Aled Knows Best. Via Rampaged Reality.

The Mountain



The Mountain, um video do fotógrafo Norueguês Terje Sorgjerd. Filmado no Parque Natural de El Teide, na Ilha de Tenerife. Ali podemos encontrar a maior elevação do território Espanhol, o pico do vulcão com o mesmo nome a uma altura de 3715 metros. A música é de Ludovico Einaudi. Via Hello You Creatives.

Com os olhos no tecto


Image credits: Paper Mess.

Sé Catedral, Lisboa, Portugal. Pormenor do tecto com abóbada de artesãos, cruzaria de ogivas e nervuras de pedra ornadas de chaves-mestras circulares, com esferas armilares e escudos de armas da Casa Real Portuguesa. A fotografia é do blogue Paper Mess.

The Hobbit video blog



Um pouco de evasão para arejar a casa. É o primeiro vídeo-blog de produção do novo The Hobbit, uma das primeiras novidades da página de Peter Jackson no Facebook. Para continuar a seguir no The Hobbit Blog e na comunidade TheOneRing.net.

Nem Marx nem Coca-Kola


Image credits: Toys And Living.

Nem Marx nem Coca-Kola. Lisboa, Portugal (de outros tempos). Mais para ver no Toys And Living.

Vamos dizer mal do Pritzker

A atribuição do Pritzker a Souto Moura gerou reacções curiosas entre blogues – ou, melhor dizendo, entre arquitectos bloggers – que nos deviam fazer pensar . Tentemos compreender o enfado presente desses desabafos, tanto mais que se manifestam enquanto oposição a uma retórica apologética sem substância muitas vezes presente no modo como a imprensa se debruça sobre o tema da arquitectura. Em Portugal a arquitectura torna-se invariavelmente notícia de uma de duas formas: ou enquanto caso de polícia – o mamarracho, o escândalo – ou como exercício de sublimação fútil. Tanto pior que a imprensa especializada parece dedicar-se a este último figurino com o deleite retórico habitual nos críticos, mais empenhados no acknowledgement perante os seus pares e em encher currículo do que em contribuir para uma reflexão profunda, interrogativa e assertiva, da contextualização da arquitectura no território mais abrangente da cultura, da economia, da política do nosso tempo.
Será, no entanto, importante não ignorar nestes desabafos em forma de post e comentário um sintoma mais grave de incompreensão do valor real das coisas e de ausência de uma cultura de reconhecimento do mérito do outro. Podemos afinal desmultiplicar a real significância do prémio com um pouco de bom humor, como fez recentemente Conrad Newel em Predicting the Pritzker. Os prémios falam-nos de quem os ganha mas também nos dizem muito sobre quem os atribui. O Pritzker vai conformando ao longo dos anos uma tendência institucionalizada para glorificar o modernismo nas suas diversas correntes e manifestações, de matriz académica acentuadamente Europeia.
Mas não podemos ignorar a sua relevância enquanto celebração de uma carreira perante os pares, bem como o impacto mediático que tem sobre a comunidade internacional e a sua vasta projecção no mundo online.
Lamentável é ver desmultiplicar o mérito próprio do premiado defendendo, entre outras coisas, que Souto Moura deve aquela consagração aos bons arquitectos de várias gerações que têm passado pelo seu atelier. Teses deste tipo evidenciam apenas um facto triste. Que o mérito que se é incapaz de reconhecer nos outros também tem correspondência no mérito que os outros nos reconhecerão no futuro. A nossa pobreza também passa por aqui.

Boca do Inferno


Image credits: Ana S. Ferrer.

Boca do Inferno, Cascais, Portugal. Via Supercalifragilisticexpialidocious.

Uma fábula reconfortante



We long to be here for a purpose, even though, despite much self-deception, none is evident. The significance of our lives and our fragile planet is then determined only by our own wisdom and courage. We are the custodians of life’s meaning. We long for a Parent to care for us, to forgive us our errors, to save us from our childish mistakes. But knowledge is preferable to ignorance. Better by far to embrace the hard truth than a reassuring fable.

Terceira parte de uma série de filmes de tributo a Carl Sagan. Um excelente trabalho que pode ser seguido na página The Sagan Series no Facebook. A não perder os vídeos anteriores: Earth: The Pale Blue Dot e Life Looks For Life.

Somos Europeus?


Image credits: Fotoben.

Se os Portugueses parecem estar a despertar para a dureza da situação económica em que o país se encontra, tal não deixará de produzir clivagens de entendimento quanto à responsabilidade das causas e à justeza das consequências. É uma fractura social agravada pela degradação do discurso político que persiste na fabricação de narrativas envolvendo a realidade, repetida dissociação entre a retórica e as evidências, num jogo de espelhos, de acções e reacções, ampliado à exaustão.

Trata-se de uma degradação dramática do pensar que tem apoteose no espaço televisivo e que contamina também, inevitavelmente, o espaço da opinião individual. O barómetro de cada um oscila assim entre preferências partidárias, sensibilidades ideológicas ou o mais ingénuo wishful thinking. Mais difícil, porventura impossível, será identificar o referencial zero da verdade, o traçado histórico dos actos e dos factos que, efectivamente, nos conduziu até aqui. Na alienação de um discurso eleitoral dominado pelo medo o país vai continuar a dividir-se. Já está a acontecer.

Alguns exprimem desilusão perante a Europa e a falta de solidariedade entre Estados num momento tão grave como aquele que estamos a viver. Somos, afinal, um país pobre conduzido por orientações de política macroeconómica a que a União não se pode isentar e de que alguns dos grandes Estados foram os principais beneficiários. Mas de igual modo não podemos deixar de nos questionar sobre vinte e cinco anos de ajudas estruturais que internamente gerimos a nosso bel-prazer. O que foram esses fundos financeiros, destinados a promover o nosso desenvolvimento económico e a nossa competitividade, se não uma forma de solidariedade paga por muitos contribuintes dessas nações que agora nos olham sem contemplação.

Valeria a pena perguntar onde esteve a produtividade da nossa economia se dela subtraíssemos esses fundos estruturais e o crédito com que edificámos uma das maiores dívidas externas do mundo e a maior da Europa. A verdade é que, deixados à solta, edificámos estádios de futebol, enchemos o território de auto-estradas, fizemos capitais da cultura e centros culturais, pavimentámos o chão das nossas cidades a Polis e eis que já nos abalançávamos para novas auto-estradas, um mega-aeroporto e vários traçados de TGV. Em suma, construímos, construímos, construímos. Esta política, incentivada por consórcios entre grupos financeiros, grandes construtoras e empresas sectoriais do Estado, conduziu o país à ruína. Entretanto permitiu-se criar uma dívida subterrânea, oculta pelo facto das contas das empresas públicas – Estradas de Portugal, Refer, Porto de Lisboa, Parque Expo, Parque Escolar, etc. – não constarem do défice público primário nos termos do Eurostat, ou simplesmente atirada para o futuro como no caso das parcerias público-privadas.

Ninguém pode legitimamente, em nome de uma aparente pose de Estado, mascarar esta verdade e os seus responsáveis, dirigentes políticos e figuras da área financeira e empresarial que delapidaram as contas públicas. Não podem os empresários da banca, da construção, ou do sector empresarial do Estado falar da situação do país como se fossem alheios àquilo que eles próprios criaram. Esses empresários que falam a conversa mas não andam o caminho fizeram carreira sobre a sua capacidade de lobbying e acesso privilegiado ao investimento público. São, em boa verdade, os mais obesos funcionários públicos do país.

O recurso ao Fundo de Estabilização Financeira não resolverá nenhum dos nossos problemas estruturais mas poderá criar a janela de oportunidade para promover reformas tão exigentes quanto necessárias. E talvez a questão maior que agora pende sobre os Portugueses seja simples de elaborar: Somos Europeus?
Querer escapar à inevitabilidade da nossa circunstância histórica recorrendo à saída do Euro é nada mais que desistir da nossa condição Europeia, ignorando as implicações trágicas para a vida de todos que tal opção irá acarretar. Questionemo-nos então se estamos à altura do desafio da Europa no que tal significa de exigência de cidadania, de ética, de democracia? De combate à corrupção e ao ilusionismo político terceiro-mundista que nos conduziu até aqui?

Se os Portugueses já compreenderam que vão ter de mudar de vida, é importante que eles possam de igual modo acreditar que há vida do outro lado da crise. Se os cidadãos ficarem entregues ao medo e à fatalidade de saber que, depois de um pesado processo de austeridade cega e implacável, estaremos destruídos sem empregabilidade, sem rendimentos dignos de um país Europeu, sem estabilidade mínima para enfrentar um futuro de compromisso familiar, então o regime estará condenado a falir. E se parte da solução terá de ser encontrada no quadro de uma revisão da política económica Europeia que contemple o crescimento de economias mais pequenas como a nossa, outra parte porventura mais importante dependerá da nossa exigência connosco próprios, para reclamarmos definitivamente a nossa condição de Europeus de pleno direito. Algo que ninguém poderá fazer por nós.

Seremos Europeus? Eu gostava de acreditar que sim.